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Mostrando postagens de junho, 2009

NEGROS MORREM PORQUE BRILHAM DEMAIS

Na semana de morte do ídolo pop, assisti o filme sobre a vida e obra de Wilson Simonal. O aniversário de sua morte - 25 de junho - coincidiu tristemente com a morte de Michel Jackson e fez-me lembrar do aniversario de nascimento de João Cândido - 24 de junho. Um resgate necessário sobre as dúvidas em relação ao seu talento e sua vida pessoal. Simonal não era informante do DOPS, nem delator de colegas artistas. Era sim um bólido no mundo artístico que, como disse Mário Prata, acusado injustamente, não foi anistiado nem pela esquerda nem pela direita. Simonal recebeu uma espécie de anistia pelo governo Collor em 1991, 17 anos depois de ter sido acusado de envolvimento com órgãos de inteligência e de repressão. Michael Jackson também morreu condenado e ridicularizado por muitos. Uma trajetória de brilho e queda. Sucesso de mídia, palco e venda – conseguiu chegar a extraordinária cifra de 750 milhões de discos vendidos – insuperável. Sua vida tornou-se símbolo de desejo, renúncia e podridã

A BAHIA PÓS-DURBAN

Elementos para pensar um modelo de desenvolvimento e igualdade para a Bahia A Bahia desponta como um dos estados da Federação que possui altos índices de desigualdade, pobreza e racismo. Nas últimas décadas, nosso estado experimentou um modelo de desenvolvimento fundado numa concepção modernizadora com forte componente conservador e concentrador de renda. O retrato atual é um estado repartido e fragmentado, decorrente da lógica monocultural instituidora de identidades plasmadas em verdades e mitos que fomentam o desenvolvimento econômico desigual e injusto. Este texto visa refletir sobre a possibilidade de um desenvolvimento multicultural, atrelado à necessária tendência de construir arranjos estatais e privados que ponham em diapasão os desideratos do desenvolvimento e da igualdade. Posto que não há igualdade sem preservação de diversidades e identidade. A história da Bahia, como no restante da Federação, reduziu-se a uma eterna promessa de Estado republicano e democrático que parece

A ERA DA LIQUIDEZ

É tempo de mudanças rápidas e temporárias. Tudo tem que ser breve e sem consistência. Qualquer coisa que demore é sinal de atraso e insegurança. O conceito de liquidez vige na imaginação das pessoas como uma senha para sobrevivência no mundo de hoje. Dinheiro líquido, sexo líquido, poder líquido, consumo líquido, identidade líquida, comunidades líquidas, ética líquida, amores líquidos... Nada é tão estranho quanto a idéia de algo concreto e eterno. A segurança está na solidez do que é transitório e imaterial. Temos que avaliar se estar aqui e em qualquer outro lugar, como sujeitos flexíveis e solúveis, é uma benesse da globalização ou o anúncio de uma nova barbárie. Fazer parte de uma comunidade real ou virtual envolve um caráter liquefeito de negociação identitária. Ficou mais fácil assumir identidades. Muitas vezes as adquirimos para cumprir certa agenda de direitos e interesses. No mundo do capital e do consumo, ser diferente é possuir uma identidade líquida atenta às inovações tra