NO PRINCÍPIO ERA O MERCADO... O sentido civilizatório do Mercado de São Miguel
Por Sérgio São Bernardo Concebido na década de 50 e inaugurado em 1965, no ano de meu nascimento, o Mercado de São Miguel é hoje um instrumento público em decadência. Ali vivi parte de minha infância e adolescência. No restaurante chamado O Petisco, de propriedade de meus pais - os quais haviam fixado residência nos fundos do estabelecimento-, vivi aquela época como um dos momentos mais profundos para a minha compreensão de vida e de minha visão de mundo. Alí, junto aos meus irmãos Caco, Sinho, Nem e Carla, construí sentimentos que servem agora para minha conexão com o restante do mundo. O mercado popular é uma micro sociedade e dali podemos entender toda a complexidade da vida humana. Ressignificar o Mercado de São Miguel nos ajuda a respeitá-lo como parte da experiência portuguesa e africana: um mundo que se origina e constitui nele e dele se ramificou como espaço de comunicação e alteridade. Como toda a cidade da Bahia, nas décadas passadas, o mercado de São Miguel er...